quinta-feira, agosto 10, 2006


Gostaria de voltar um dia aquele dia em que estávamos os dois como na fotografia e ali estamos, vejo-nos agora, nada poderia ser o que é agora nessa altura, nada poderia ter vindo até ao presente como veio. O amor não tem segredos, antes se desvanece e deixa de ser verdade, como a areia, não permanece mesmo quando queriamos que ficasse, mesmo quando queriamos. Depois há só as fotografias onde estamos presos e as memórias e os resíduos de amor das coisas que não servem, os restos. Pudesse eu abafar esta raiva que ficou, a incredulidade do amor que acaba e se extingue e nunca poderia ser. Seriamos infelizes, tu e eu, eu sei, tão infelizes. E no entanto não consigo deixar de me ver ali na fotografia com a tua mão sobre a minha e os dois a sermos felizes ali parados e o teu toque quente nas minhas mãos frias no dia de inverno. Seriamos infelizes juntos eu sei e doem tanto os resíduos que ficam e a raiva, pudesse o amor ser eterno, que não é, e estarmos os dois como no dia frio e as tuas mãos sobre as minhas, as nossas mãos dadas e o amor ali...

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