quinta-feira, julho 20, 2006


Recolhe-me como uma coisa perdida e guarda-me num canto do teu corpo, recolhe-me como uma coisa perdida e guarda-me no teu bolso distraído, leva-me esquecida contigo aonde fores. Que longo e que sombrio é o caminho da vida assim, sem escorrer pelos teus dedos distraídos e os teus olhos ligeiramente vagos a tentar definir o que sou, inesperada no teu caminho.
Viveria melhor sem esta ânsia de que me encontres. Viveria em paz. Mas faz-me sempre falta o ir contigo distraído, faz-me sempre ânsia um recanto pequeno que te pertença e onde esteja. É longo o caminho e sombrio este da vida, ainda mais sem o teu olhar, ando tão bem sozinha, era tão mais fácil a minha vida sem esta ânsia e no entanto sempre a vontade que me recolhas como uma coisa perdida e me guardes, distraído no teu bolso, a ânsia de estar contigo onde fores como uma coisa pequena e esquecida no fundo da tua mente, mas presente.

1 comentário:

Mito disse...

Não poderá haver maior ambição, de facto, do que andar esquecido nos outros. Mais fundo que na memória, persistir como uma tatuagem espiritual, que só se vê quando nos despimos dos dias.