terça-feira, maio 08, 2007



Memorizo-te pelo tacto, como uma cega, quando estás perto, e reconstruo as partes de ti quando estás longe através dos olhos e da memória. Só assim te guardo comigo, só assim estás em mim que não de uma forma menos vaga, mais concreta. Existes em mim como fumo quando te queria carne e sangue, quando te queria verdade concreta como as coisas que se vêm e se sentem e se tocam e se cheiram e se provam. Tomo de ti aquilo que posso, como uma cega, aquilo que me deixas.

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