Todas as coisas começam e recomeçam, todas as coisas voltam noutros nomes e outros rostos e outras vidas, só o amor é o mesmo, as minhas palavras são as tuas, já o foram antes, e esta sensação de vertigem, como quem mergulha antes de se perder na espuma brutal da rebentação.
2 comentários:
Cada amor é o primeiro, e o último. Mas chegamos a cada amor com uma bagagem emocional que é cada vez maior - isso não faz de cada amor "mais um", mas faz que cada um seja mais rico, mais complexo, melhor do que o anterior, ou o próximo - os quais, insisto, são inexistentes. Dancemos até ao fim do amor - dancemos o amor até ao fim - amemos até ao fim: pode ser, quem sabe, a última vez?... É sempre a última vez. Cada amor é único, como o rio do Heráclito.
O pior (ou o melhor) é quando o primeiro amor é mesmo amor. Aquele que dura a vida toda. Aquele que sabemos que nos ultrapassará. Aquele que, nos derradeiros momentos, nos invadirá, com as últimas imagens, as últimas memórias, com o sabor, o cheiro e a pele do primeiro beijo que nos levou e levará, agora, para o outro lado. Será triste saber isto aos dezassete anos, será limitativo, ingénuo, ou precioso?
Enviar um comentário