sábado, abril 12, 2008

Objectos(IV)



Não és culpado de nada. Passas, aliás, pela vida armado disso, dessa tua inimputabilidade, dessa tua ausência de culpa. Como se andasses num mar branco de inocência e a vida não te tocasse, como se não vivesses aqui. Desculpa se não consigo fazer isso, se tenho de ser assim como sou e ver as matizes todas às coisas, perdoa-me não consigo, achei que sim, mas não consigo a inimputabilidade branca de que te arrogas. A vida seguirá como seguir, mas não há nós para atar as minhas emoções nesse nó branco, nesse nó cego que sempre pediste de mim.

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