Objectos(IV)
Não és culpado de nada. Passas, aliás, pela vida armado disso, dessa tua inimputabilidade, dessa tua ausência de culpa. Como se andasses num mar branco de inocência e a vida não te tocasse, como se não vivesses aqui. Desculpa se não consigo fazer isso, se tenho de ser assim como sou e ver as matizes todas às coisas, perdoa-me não consigo, achei que sim, mas não consigo a inimputabilidade branca de que te arrogas. A vida seguirá como seguir, mas não há nós para atar as minhas emoções nesse nó branco, nesse nó cego que sempre pediste de mim.
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